EcoDiânicaO capitalismo e seus efeitos sobre corpos e sistema reprodutor femininos : Uma abordagem sistêmica da economia da saúde da mulher

setembro 3, 2023by João Batista0

Quando penso a respeito das interações entre sistema capitalista e corpos femininos meu desejo consiste em somar e compor com o feminino. Construir este pensamento, de certa forma me faz funcionar com os corpos femininos. Minha pergunta consiste em responder quais os efeitos da expansão da forma capitalista de produção (EFKP) sobre os corpos femininos. Será que o sistema capitalista em seus processos de expansão e exploração apresenta efeitos, anomalias sobre os corpos femininos? Quais corpos seriam mais afetados? Quais partes deste corpo seriam mais afetadas? E quais situações estes corpos estariam mais propensos a estes efeitos? Quais as relações que se estabelecem entre sistemas capitalistas e o sistema reprodutor feminino? Seria possível estabelecer esta análise? O que ela nos revela? O meu objetivo com estas perguntas seria a de apresentar as interações entre a EFKP e os corpos femininos segundo a teoria das estruturas dissipativas, tramando para a construção de uma abordagem sistêmica da economia da saúde da mulher. Então alguns pontos são necessários serem apresentados: É necessário entender a teoria da dependência econômica em sua vertente neomarxista, A teoria das estruturas dissipativas; é preciso enxergar, visualizar o sistema capitalista como um sistema aberto, ou seja, dependente de recursos, no caso, da força de trabalho feminina. É necessário enxergar os corpos femininos como ambiente do sistema capitalista para enfim, apresentar como ocorrem estas relações entre o capitalismo e os corpos femininos e ainda, medidas para reduzir o impacto do capitalismo sobre os corpos femininos.
Acredito que o sistema capitalista ao lançar-se no ambiente, extraindo recursos como força de trabalho feminino, eliminado neste mesmo ambiente e, portanto, sobre estes mesmos corpos, externalidades negativas como poluentes, venenos, substâncias químicas, GEE, metais pesados e impactos ambientais e ecológicos etc acabaria, afetando não apenas o corpo de Gaia, mas também e principalmente, devido a suas especificidades, os corpos femininos até mesmo na forma de anomalias e enfermidades. Num primeiro momento estes impactos, anomalias e enfermidades seriam incorporadas pelos corpos femininos devido sua capacidade de recuperação, algo próprio a todo sistema vivo. Neste primeiro momento, as enfermidades ocorreriam, mas seriam toleradas tanto pelo público feminino, sociedade e instituições. No entanto, próximo a um ponto crítico de instabilidade, surgiria algumas anomalias de modo mais ou menos generalizado e a partir de um pono crítico, estas enfermidades explodiriam num movimento autocriador, autogerador e irrversível. A partir deste momento, os impactos, os efeitos das externalidades geradas pela EFKP sobre o corpo feminino apresentaria novas enfermidades que se retroalimentaria. Este caso, corresponderia aquele em que as iterações entre o o capitalismo e os corpos femininos levaria ao desdobramento de doenças e enfermidades com a capacidade de gerar outras doenças ou efeitos sociais. Este ponto crítico seria alcançado por meio da exposição a poluentes, inseticidas, agrotóxicos, substâncias nos medicamentos, alimentos contaminados, vírus, bactérias e outros. Estaria mais expostos a estas situações mulheres a partir de determinada idade e/ou aquelas residentes em regiões onde abundam tais substâncias e impactos e/ou mulheres em determinada idade, acima dos 40, residentes nestas regiões. No caso, aquelas que vivem e/ou trabalham com a produção de commodities e que estão persistentemente expostas a estes compostos. Seriam mulheres trabalhadoras em certos setores das cadeias agroindustriais como soja, algodão, milho e da mineração. Não é possível definir o nível de impactos sobre os corpos femininos, pois a partir deste momento, o corpo passaria a reproduzir esta enfermidade de forma autocriadora e autoamplficadora.
A minh abordagem parece importante porque apresnta a saúde da mulher a partir de uma abordagem sistêmica, possibilita trabalhar a saúde da mulher em conjunto com as decisões econômicas e impactos sobre o corpo de Gaia e ademais, por evidenciar um novo campo de estudos do saber, a Economia da saúde da mulher.

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