ESMNotíciasUncategorizedCasos de Dengue em Iporá apresentam queda veritiginosa semana após semana: Medidas de manejo tem apresentado resultados positivos

fevereiro 11, 2025by João Batista

Como tem sido noticiado, Iporá não é o primeiro em casos de Dengue no ranking do Estado de Goiás, mas o terceiro. Em números absolutos, sem levar em consideração o peso da população, em primeiro lugar está Goiânia e depois Aparecida de Goiânia e por fim, Iporá. Mas, embora em terceiro lugar, os casos de Dengue em Iporá apresentam queda acentuada desde a primeira semana de janeiro deste ano de 2025. Estão caindo rapidamente e isso é um indício de que as medidas adotadas pela administração pública tem gerado efeitos positivos. E isto é bastante animador. Na primeira quinzena de setembro de 2024, no ápice da estiagem, os casos de Dengue eram muito baixos no município. Este período corresponde àquele em que houve escassez de água. No entanto, com o início do período chuvoso no mesmo mês, eles foram aumentando e a cada período de 2 a 4 semanas dobrando em ocorrência. Na primeira semana de janeiro, no dia 4 de janeiro, esse número mais que dobra chegando a 352 casos notificados, sem levar em consideração os casos não notificados que correspondem aquelas pessoas que se recuperam sem procurar os serviços de saúde. Este ponto crítico chamei de de ponto A que foi o pico de maior ocorrência, aliada a constatação de que estávamos diante de um grave problema. No entanto, a partir deste momento o que se observa é um ponto de inversão, a redução gradativa, semana após semana dos casos de Dengue em Iporá, caindo de 352 para a casa dos 160 e por fim, para 72 e 10 casos na última semana que se encerrou no dia 9 de fevereiro. Os dados mostram que a situação caminha para uma normalização. Até a data de hoje, os casos cairam em 97% desde a primeira semana de janeiro. Na semana passada, a redução tinha sido de 80%. Muito provavelmente esta queda tem refletido em menor demanda, e em maior calmaria nas unidades de saúde e na unidade de pronto Atendimento (UPA). No entanto, é importante não baixar a guarda, pois estamos num período chuvoso com potencial de catalisar os efeitos de uma estrutura aedética e estes números podem voltar a elevar-se. Nota: os dados abaixo foram extraídos no dia 9 de fevereiro e atualizados no dia 15 de fevereiro  do boletim epidemiológico da Dengue, Chinkungunya e Zika, publicados pela Secretaria de Estado de Saúde.

Evolução dos casos de Dengue – Iporá – Janeiro e Fevereiro de 2025
Semana epidemiológica Período Casos de Dengue
1 29/12/24 04/01/25 132
2 05/01/25 11/01/25 355
3 12/01/25 18/01/25 167
4 19/01/25 25/01/25 176
5 26/01/25 01/02/25 123
6 02/02/25 08/02/25 88
7 09/02/25 15/02/25 20

 

Como pode ser observado no gráfico de colunas acima, os casos caem, gradativamente semana após semana.

 

No mesmo sentido, os casos de Chikungunya caem de 89 casos para 14 casos em 3 semanas. Durante todo o período ocorrendo uma redução de 77% nos casos desta doença. Não foram observadas ocorrências de Zika Vírus durante o período.

Conclusão

Estes números e esta mudança abrupta no padrão de infecção por vírus Denv, evidenciam que a estratégia de combate ao Aedes Aegypti foi tomada a tempo e tem sido eficaz e de sucesso. A decisão da administradora tem sido crucial para reverter este cenário, num momento em que a linha de casos estava cada vez mais vertical. O que se observa agora é uma linha tornando-se cada vez mais horizontal. Quando a linha de casos é horizontal não indica que não estejam ocorrendo casos, mas que estes ocorre a uma taxa estável, em que os crescimentos podem ocorrer, mas de forma demorada, mais lenta, perdendo velocidade.
A força tarefa é composta por integrantes da Atenção Básica e Vigilância em Saúde como ACS e ACEs, pela Vigilância sanitária, Secretaria do meio ambiente e Secretaria de obras. E tem ocorrido desde o dia 15 de janeiro em bairros da cidade. Já foram realizadas ações nos setores Vila  Ferreira, Jardim Urânio, Jardim dos passarinhos, Vila Itajuhá I e II, Vila Brasília, Parque das estrelas, Jardim Monte alto, Residencial Califórnia, Bairro Santo Antônio, Jardim Arco Iris e nesta semana ocorrerá no bairros Novo Horizonte e Águas Claras. A dinâmica do trabalho visa retirar o lixo de risco dos quintais, terrenos baldios e efetuar seu descarte de maneira correta. Só para se ter uma ideia: No setor Vila Ferreira foram retirados 42 caminhões de lixo e no Jardim Urânio e Jardim dos Passarinhos, 12 caminhões.

No dia 11/01 são contabilizados 352 casos. No dia 15/01 inicia-se as ações de manejo e os casos começam a cair. E à medida que vão sendo realizadas ações de manejo nos bairros, os casos vão caindo. Veja a relação entre os manejos realizados e as reduções nos casos de Dengue

Acredito que a principal lição que os resultados observados nos mostra é que o combate ao Aedes aegypti não é efetivo se ocorrer de forma isolada. Ou seja, uma categoria de profissionais ou uma Secretaria apenas não consegue mitigar a situação. É necessário a cooperação da comunidade e demais secretarias e profissionais. E que a adesão da comunidade às práticas de manejo tem sido essenciais para os resultados. Esta nossa análise pode ser mais esclarecedora ser estabelecermos a relação de redução dos casos de Dengue em  função das quantidades de caminhões de lixo retirados de cada setor ao longo do tempo.