Portanto, considerando o consumo das famílias, as emissões de partículas ocorreria em maior volume pelas famílias de renda mais elevada que nas famílias de baixa renda. Este dado é importante na tomada de decisões sobre fixação de tributos voltadas a financiamento de políticas públicas a saúde da mulher. Seria mais sensato que as famílias com rendimentos maiores pagassem um pouco mais para financiar estas políticas já que, são as que movimentam um volume maior de partículas.
A função consumo diz respeito aos gastos feitos pelas famílias na aquisição de bens e serviços (alimentos, vestuário, medicamentos, calçados, automóveis, móveis, eletrodomésticos, utilidades, reparos, serviços etc) para satisfazer suas necessidades e maximizarem suas utilidades, seu bem estar, sua felicidade. O consumo é o principal componente da demanda agregada, do PIB, porque corresponde a maior parcela desta. A função consumo relaciona no eixo X o volume de renda disponível e no eixo Y, o volume de consumo efetuado.
Neste caso, a curva de demanda agregada é composta exclusivamente pelo consumo autônomo e pelo consumo induzido. O consumo autônomo se refere aquele que ocorre independente da renda, ou seja, seria aquele consumo suficiente apenas para sobreviver. Já o consumo induzido é elevado toda vez que a renda disponível se eleva e neste se encontra outros itens à medida que a renda se eleva.

Quando o consumo é igual a zero a renda também é zero e neste caso, existe um dado volume de enfermidades no corpo da mulher, independente do nível de renda. Independente, portanto, do nível de atividade econômica. Talvez este estágio corresponda aos níveis pré-industriais. No entanto, quando a renda disponível no eixo X varia de Y0 para Y1, o consumo também se eleva. E assim por diante, toda vez que eleva a renda disponível, elevando este de C2 , C3 etc, o consumo das famílias se eleva e logicamente a demanda agregada. No entanto, para cada nível de consumo, justamente pelo fato deste ocorrer em função da natureza, de um ambiente que o contem, haverá correspondente um dado volume de impactos ambientais e de partículas emitidas neste ambiente e, consequentemente um dado número de enfermidades no corpo da mulher já que, estas estão inseridas neste ambiente e expostas de diferentes modos, em maior ou menor grau a estas partículas. Principalmente, se considerarmos que uma parte destas partículas possam causar impactos negativos do corpo da mulher. As partículas emitidas no ambiente derivadas da atividade econômica, a princípio podem apresentar efeitos diversos no corpo da mulher: a) apresentar nenhum efeito, b) algum efeito negativo e talvez c) algum benefício.
Então posso dizer que quanto maior a renda disponível maior o volume de emissões de substâncias, de toxinas e partículas no ambiente. E como as enfermidades (c.p) ocorrem em função destas toxinas, posso dizer que as enfermidades no corpo da mulher ocorrem em função do consumo das famílias, mais especificamente em função dos incrementos na renda disponível. Então pode-se dizer que, todas às vezes que se eleva o consumo, eleva-se também as enfermidades no corpo da mulher e que as enfermidades no corpo da mulher variam em função da renda disponível. O nosso modelo que relaciona enfermidades no corpo da mulher aos níveis de consumo pode ser apresentado como se segue: Onde : Yd = renda disponível e enf = enfermidades no corpo da mulher.
– Yd = – enf
enf = Yd
Este impacto se deve aos esforços feitos na produção, processamento, distribuição, consumo e descarte de produtos alimentícios, do vestuário, eletrodomésticos, eletrônicos, veículos etc. Por exemplo, um caso clássico, ao elevar sua renda, uma ou um grupo de mulheres estarão mais propensas, entre outras a realizar procedimentos estéticos de um modo geral. Partindo do pressuposto que nesses procedimentos ela entre em contato com substâncias tóxicas e/ou estas não são manuseadas ou utilizadas adequadamente, causa efeitos, enfermidades no corpo da mulher, tendendo a uma situação de efeitos inesperados e autocriadores. O mesmo ocorre quando a renda disponível por cada pessoa se eleva. Neste caso poderá esperar um aumento no consumo de carnes, incluindo carnes vermelhas e isso poderá trazer algum impacto no copo da mulher como dores nas articulações, gota etc devido ao aumento de ácido úrico. Quando a renda disponível se eleva, eleva-se também o consumo e, logicamente o volume de lixo descartado e incinerado nas residências e aterros sanitários. Neste caso, o incremento na renda eleva o volume de dioxinas emitidas na atmosfera, elevando as enfermidades no corpo da mulher como por exemplo, as DPOCs.
Estes são três simples exemplos de como as políticas econômicas podem interferir na saúde da mulher. Governos de caráter desenvolvimentista, que se pauta muito na elevação do consumo, concessão de crédito poderá impactar de tais maneiras e de outras formas no corpo da mulher. Portanto, governos ao estimular o consumo das famílias seria sensato também que estes verificassem como este estímulo ao consumo tende a afetar o corpo da mulher e atuar no sentido de reduzir estes impactos.
Ocorre que a função consumo nos diz também que nas famílias de baixa renda, onde a renda é menor, o consumo está centrado em itens de necessidade básica. À medida que a renda se eleva, o consumo vai aumentando e se diversificando. Nas cestas onde a renda é mais elevada, passam incluir eletrodomésticos, automóveis etc. Portanto, considerando o consumo das famílias, as emissões de partículas ocorreria em maior volume pelas famílias de renda mais elevada que nas famílias de baixa renda. E claro, estas emissões também seriam diferentes se comparássemos os diferentes países, do norte e do sul. Este dado é importante na tomada de decisões sobre fixação de tributos voltadas a financiamento de políticas publicas a saúde da mulher. Seria mais sensato que as famílias com rendimentos maiores pagassem um pouco mais para financiar estas políticas já que, são as que movimentam um volume maior de partículas.
A destruição da subjetividade capitalística
Antes de qualquer crítica ou questionamento a favor de uma lógica de consumo “zero’ é importante buscar alternativas de consumo, que reduzam o volume de partículas circulando no ambiente e do mesmo modo, torna-se importante a mulher se proteger, transformar sua subjetividade capitalística para minimizar estes efeitos. “Em relação a coisas contra as quais nada podemos, ajamos de tal modo que elas nada possam contra nós”. A desconstrução desta subjetividade capitalística incrustada na mulher, que visa consumir o que está na moda, o que o mercado está oferecendo recentemente, tende a reduzir a exposição do próprio corpo da mulher a estas partículas e em segundo momento, a destruição desta subjetividade capitalística tende a reduzir o volume de partículas circulando no ambiente.
